Reflexões sobre a arte da escrita elaboradas por um escritor bem-sucedido!
Ler textos escritos por
escritores sobre a arte literária é um deleite para quem gosta de literatura ou
a utiliza como fonte pesquisa! No belo livro "Sobre a escrita: a arte em
memórias" (2015), de Stephen King, tem-se uma porção de excelentes
reflexões sobre a ficção literária.
O livro é dividido em três partes, a primeira traça um breve percurso biográfico, na segunda temos uma série de discussões sobre a arte da narrativa ficcional e a último é dedicada ao acidente sofrido pelo autor na época da construção da obra, que foi um atropelamento que quase tirou sua vida.
Na parte inicial somos levados a acompanhar sua
criação e seu sonho de se tornar escritor, nesta parte é muito bonito a sua
relação de paixão pela a literatura e sua perseverança; seus problemas com o
álcool e outras drogas; as dificuldades financeiras, o encontro com o grande
amor da sua vida: Tabitha King.
Uma passagem comovente é quando o menino King
pendurava no seu quarto as cartas de recusas dos seus contos, tais papeis
serviram como estimulo e aprendizagem. Na parte em seguida, o ficcionista expõe
sua visão sobre o texto literário, nisto, é muito engraçado sua arenga com os
excessos dos advérbios e os exemplos utilizados para demonstrar tais aversões.
Neste momento o autor levanta um conjunto de conselhos pertinentes para uma boa
escrita, tais como: ler muito e escrever muito; retirar palavras
desnecessárias; clareza; procurar ter um bom conhecimento da gramática, do
vocabulário e de noção de estilo.
A última parte do texto é tocante, um
desabafo diante de uma experiência limite de sua vida. O livro em análise é
desses que em nenhum momento cansa e que deixa no final uma irresistível
sensação de querer ler mais, assim como ir correndo a procura de algum romance
do escritor... já fiz isso, mesmo sabendo que não terei tempo para ler.
Segue algumas passagens
da obra que chamaram minha atenção:
Se você quer ser
escritor, existem duas coisas a fazer, acima de todas as outras: ler muito e
escrever muito. Que eu saiba, não há como fugir dessas duas coisas, não há
atalho [...] cada livro que se pega para ler tem uma ou várias lições e
geralmente os livros ruins têm mais a ensinar do que os bons! (KING, 2015, p.
126).
E quanto mais se esforçar
para ser claro e simples, mais você vai aprender sobre a complexidade do seu
idioma (KING, 2015, p. 155).
[...] E uma das
principais regras da boa ficção é nunca dizer algo que você pode, em vez disso,
nos mostrar (KING, 2015, p. 155).
Foi assim que aconteceu
comigo, e nada mais – um processo desconjuntado de crescimento, em que ambição,
desejo, sorte e um pouco de talento tiveram seu quinhão (KING, 2015, p. 20);
Fonte: KING, Stephen. Sobre a escrita. Trad. de Michel Teixeira. São Paulo: Objetiva, 2015
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