A perplexidade diante da morte e a ponte como metáfora
Mortes de jovens,
artistas ou de pessoas amadas por acidentes, causam perplexidade! Tendo em
vista que nos forçam a encarar uma dimensão inescapável de nossa existência. E,
sobretudo, o seu aspecto inexplicável.
Neste sentido, o texto:
"A ponte de São Luís Reis" (1927 - agraciado com pulitzer) , de
Thornton Wilder, indica uma bela reflexão sobre o tema em destaque. O enredo é
a investigação do padre franscicano, Frei Junipero, sobre as vidas de cinco
pessoas, de diferentes posições, que encontraram a morte ao atravessar uma
ponte suspensa sobre um abismo na estrada real de Lima a Cuzco, no Peru.
A tese do frei é que Deus
tinha uma intenção determinada ao juntar o destino dessas pessoas. Após seis
anos de investigação e de trazer à tona os detalhes da vida de cada uma das
vítimas, Junipero não consegue dar cabo à sua tese. Deixando em aberto as
interpretações diante da tragédia ocorrida. No entanto, a ponte pode ser lida
como uma metáfora da vida, na sua força e instabilidade.
Passagem magistral:
"Também nós seremos amados por um momento e depois esquecidos.
Mas basta esse amor; todos os impulsos do amor voltam ao amor que os criou. Nem
a memória é necessária no amor. Há a terra dos vivos e há terra dos mortos, e a
ponte - o Amor - constitui a única sobrevivência, a única significação (WILDER, 1983, p.109)
Eis um livro cativante, na edição que tenho, a tradução foi feita pelo escritor
Monteiro Lobato.
Fonte: WILDER, Thornton. A ponte de São Luis Reis. 3º ed. Trad. de Monteiro Lobato. Rio de Janeiro, 1983.
Comentários
Postar um comentário